quarta-feira, 10 de novembro de 2010

Doação de Órgãos¹



“Se eu fizer isso, darei um grande passo a frente”.

Essa expressão é muito comum, e todos nós já escutamos ou a falamos pelo menos uma vez na vida. Agora, imagine se você pudesse falar algo do tipo:

“Se eu fizer isso, darei VINTE E CINCO passos a frente”.

Achou estranho? Talvez até seja, mas só a primeira vista. Vinte e cinco é, na verdade, nada mais do que o número de pessoas que um único doador de órgãos pode beneficiar. São vinte e cinco vidas que podem ser salvas e/ou beneficiadas por apenas um sentimento: o amor entre as pessoas.

Em 2009, 60.000 brasileiros estavam na fila de espera por um transplante. Parece muito, e é mesmo. Deste total, verificamos que 305 pessoas esperavam por um coração, 124 por um pâncreas, 161 por um pulmão e 576 por rim e pâncreas. Os outros 59.000 se dividem entre córnea e rim.

Para mudar esse quadro, é preciso que as massas tenham consciência do grande gesto de caridade e amor ao próximo que é a doação. Antes de tudo, é preciso saber duas coisas.

1) Para ser doador de órgãos, é preciso somente que você converse com sua família, pois a doação só ocorre com a autorização dela.

2) Existem dois tipos de doadores. O primeiro tipo é o doador vivo. Qualquer pessoa que concorde em doar órgãos, e desde que isso não comprometa sua saúde, pode ajudar. Podem ser doados um dos rins, parte do fígado, parte da medula óssea e parte do pulmão. Porém, apenas parentes até o quarto grau podem ser doadores, ou seja, até avós, netos, tios e primos. Se o doador não for parente, será preciso uma autorização judicial. O segundo tipo de doador é o falecido, que são os pacientes com morte cerebral. Esse tipo de doador é o que pode salvar vinte e cinco vidas.

Não sei a religião do amigo, mas a minha permite e incentiva a doação de órgãos. Por isso, transcrevo aqui o item 4, Capítulo XI (Amar o próximo como a si mesmo) do livro Evangelho Segundo o Espiritismo:

"Amar o próximo como a si mesmo: fazer pelos outros o que quereríamos que os outros fizessem por nós" é a expressão mais completa da caridade, porque resume todos os deveres do homem para com o próximo. Não podemos encontrar guia mais seguro, a tal respeito, que tomar para padrão, do que devemos fazer aos outros, aquilo que para nós desejamos. Com que direito exigiríamos dos nossos semelhantes melhor proceder, mais indulgência, mais benevolência e devotamento para conosco, do que os temos para com eles? A prática dessas máximas tende à destruição do egoísmo. Quando as adotarem para regra de conduta e para base de suas instituições, os homens compreenderão a verdadeira fraternidade e farão que entre eles reinem a paz e a justiça. Não mais haverá ódios, nem dissensões, mas, tão-somente, união, concórdia e benevolência mútua.”

Se você ainda está em dúvida se doa ou não seus órgãos, pense nisso: “Fazei aos homens tudo o que queirais que eles vos façam, pois é nisto que consistem a lei e os profetas”. (Mateus, cap. VII, v.12).

Agora imagine que é você na fila de espera, esperando um coração que nunca chega. E agora pense que sua última decisão nesta vida pode fazer a diferença para aqueles que precisam somente de três palavras: “SIM, QUERO DOAR”.

¹ Escrito com informações retiradas do site http://www.gabriel.org.br/ e do Ministério da Saúde.

Artigo escrito por Diego Lobo Teles - Economista da Copel, Cronista de Turfe e Doador de Órgãos.

Nenhum comentário: