Fator central de emancipação social e econômica dos povos de países avançados, a educação é apontada há décadas como o mais importante obstáculo ao desenvolvimento brasileiro.
No Paraná, como de resto em quase todo o País, houve avanços significativos nas duas últimas décadas, sobretudo na universalização do acesso ao ensino fundamental e na ampliação do número de vagas nas universidades. O desafio maior é avançar na qualidade do ensino oferecido às crianças e adolescentes e estancar os altos índices de evasão escolar.
Nosso plano de governo será concluído em julho, mas as diretrizes básicas nesta área estão definidas. Garantir qualidade à educação fundamental, avançar gradualmente na educação integral nas escolas estaduais, ampliar o ensino tecnológico profissionalizante (nos níveis médio e superior) e aproximar escola e comunidade são alguns dos propósitos centrais de nosso programa.
A educação de excelência no seu nível básico exige investimento firme na 1) qualificação e valorização do professor; 2) modernização didático-pedagógica capaz de motivar o aluno; 3) criação de um sistema anual de avaliação; e 4) adequação e melhoria das escolas, equipadas com bibliotecas, laboratórios de informática e quadras esportivas.
Exemplo disso é a Rede Municipal de Bibliotecas de Curitiba, reconhecida pelo governo federal com o prêmio Objetivos de Desenvolvimento do Milênio por seus efeitos positivos nos percentuais de leitura entre os alunos, que têm à disposição um acervo de mais de 700 mil livros. Não basta melhorar a escola. É preciso que o aluno tenha acesso a ela. E para isso o Estado deve investir na melhoria das estradas vicinais usadas pelos alunos e implantar o Plano Estadual de Transporte Escolar.
O Estado, em parceria com as prefeituras, precisa construir atalhos que levem a novas políticas integradas para a juventude, criando perspectivas de fixação das novas gerações em suas cidades de origem. Essencial, nesse aspecto, é ampliar e modernizar o ensino profissionalizante, direcionando-o para as áreas técnica e tecnológica, conforme as vocações e características de cada região.
E aqui, além dos municípios, o governo federal é parceiro potencial em pesquisa, ciência e tecnologia, através do Instituto Federal de Educação, a fim de atender à demanda do mercado por profissionais cujo perfil terá um papel de vanguarda no desenvolvimento do País.
As universidades também têm um papel central neste processo. Elas já atuam como pólos aglutinadores de atividade econômica, social, cultural e empresarial. Mas acredito que, pela massa crítica de doutores, mestres e especialistas já formada no conjunto das instituições de ensino superior mantidas pelo Estado, é possível projetar novas possibilidades no que se refere ao investimento em ciência e tecnologia e em iniciativas de cooperação, como na relação entre comunidade e escola, que pode ser aberta às famílias dos alunos nos finais de semana para atividades de lazer e cultura, serviços comunitários e oficinas de capacitação profissional.
* Ex-prefeito de Curitiba, Beto Richa é candidato do PSDB ao Governo do Paraná.
Fonte: http://www.betoricha.com.br/
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