quarta-feira, 1 de setembro de 2010

Programa de prevenção ao fumo para crianças e adolescentes nas escolas



Cerca de 70 representantes de 29 escolas públicas e de unidades de saúde das regionais Boqueirão e Cajuru participaram, na segunda-feira (23/08/2010), do lançamento da Estratégia de Mobilização da Comunidade Escolar Contra o Tabagismo.

A ação, proposta pela Secretaria Municipal da Saúde em parceria com as escolas, tem dois objetivos: dar sustentação à Lei Municipal Antifumo, em vigor há mais de 1 ano, além de evitar que os adolescentes entrem em contato com o cigarro e desenvolvam esse tipo de dependência química que é considerada um problema prioritário de saúde pública.

A Estratégia de Mobilização da Comunidade Escolar Contra o Fumo vai abranger, a princípio, as 72 escolas públicas da cidade participantes dos programas de saúde e prevenção dirigidos aos adolescentes e principalmente seus alunos entre 13 e 15 anos. Juntas elas reúnem cerca de 56,5 mil alunos. A partir do esforço de professores, demais funcionários e alunos, elas têm o desafio de planejar e executar formas de abordagem que envolvam esses jovens na reflexão sobre o tema.

"Cada escola sabe quais os formatos de eventos mais adequados ao seu público e poderá definir as que irá adotar. Pode ser festival de música, exposição de arte, peça teatral", diz a coordenadora do programa Adolescente Saudável, Júlia Valéria Cordellini.

A estudante Lorena Peres Rocha, 12 anos, representou os alunos do Colégio Estadual Polivalente de Curitiba. Apesar de ter tio fumante e mãe e avô ex-fumantes, a menina nunca se interessou pela droga.

"Tenho pavor. Além de não gostar do cheiro, sei que faz muito mal à saúde", explicou. Para ela, "falta conscientização e maturidade" da parte dos meninos e meninas da mesma idade que experimentam cigarro. "Acho que uma iniciativa como essa pode impedir que muita gente caia nessa" completa, referindo-se a um hábito que, com o passar dos anos, pode dar origem ao câncer bucal ou de pulmão e enfisema pulmonar, entre outros males.

Lorena está foram dos 36,5% de meninas que, segundo a Pesquisa Nacional de Saúde do Escolar (Pense) 2009, já haviam experimentado cigarro. Entre os meninos a taxa de experimentação é um pouco menor: 33,3%. "A idéia é que não haja contato com a substância (nicotina) nessa fase porque é muito difícil alguém começar a fumar depois dos 19 anos", observa o coordenador do Programa Municipal de Controle do Tabagismo, João Alberto Lopes Rodrigues.

Além dos colegas de turma de Lorena, entre os que podem ser incentivados a abandonar o vício está a professora de Português Doroti Dobrowolski, de 53 anos, fumante desde os 17. Ela representou a mesma instituição de ensino no encontro e não consegue largar os cerca de 15 cigarros diários mesmo depois de ter passado por uma cirurgia para remover nódulos aderidos à glândula tireóide e às cordas vocais, há 5 anos. O episódio a afastou definitivamente da sala de aula.

"Acho ótima a iniciativa e que poderia ter acontecido antes porque os jovens estão cada vez mais precoces em tudo: para beber, para fazer sexo e para fumar", justifica Doroti, que diz ter sido atraída para o cigarro por uma amiga. As duas se escondiam para fumar. A futura professora tossia e engasgava mas, depois de uma semana, não conseguia largar o vício.

As únicas vezes em que suspendeu o cigarro coincidiram com situações extremas: na gestação da primeira filha e nos cinco dias que antecederam e os dez seguintes à cirurgia que deixou uma cicatriz discreta em seu pescoço. Na gravidez da segunda filha, o máximo que conseguiu fazer foi reduzir a carga de nicotina. "Sou muito ansiosa e o próprio médico recomendou que eu fizesse assim", recorda. As duas filhas de Doroti não fumam e o marido largou o vício.

Na terça-feira (24/08/2010) a apresentação da Estratégia aconteceu nas escolas do Bairro Novo. A quarta-feira (25/08/2010) foi dedicada aos estabelecimentos de ensino do Pinheirinho e da CIC. Matriz e Portão se reuniram na quinta-feira (26/08/2010) e por fim, na sexta-feira (27/08/2010), as escolas do Boa Vista e de Santa Felicidade. Apesar de serem direcionadas às escolas participantes dos programas oficiais voltados para os jovens, os encontros são abertos para as instituições de ensino interessadas em implantar a proposta.

Fonte: http://www.curitiba.pr.gov.br/

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